Lendo o post da Maria José, não posso deixar de
expressar a minha opinião a propósito.
Sabemos que o currículo prescrito (programa
elaborado por especialistas) não corresponde ao currículo que o professor faz acontecer (programa
interpretado pelo professor). A ideia não é minha, é de quem se dedica a
estudar os currículos escolares.“Dar o programa” significa sempre a interpretação
que cada professor faz desse texto. Nessa interpretação, no caso dos bons
professores, caberão os alunos, evidentemente, porque o ensino só existe quando
existe aprendizagem. Quero com isto dizer que, cumprindo as balizas
estabelecidas por um programa (conteúdos e objetivos), ninguém pode acusar um
professor por fazer os seus alunos progredir além dessas balizas, desde que
esse professor não suba as fasquias e esqueça que a turma vive o currículo a
ritmos diferenciados. Até onde pode subir acima das balizas? Até onde for possível. Até onde pode descer abaixo das balizas? Penso que não pode! Pode é encontrar estratégias diferenciadas para lá chegar.
Está estabelecido, em Portugal, e em quase todos
os países da OCDE, que a Educação Pré-escolar é uma etapa que precede a
escolaridade obrigatória, cujos objetivos se diferenciam do ensino formal. Anos
de experiência e investigação mostraram que as crianças pequenas têm modos
diferenciados de aprendizagem das crianças mais velhas e, sobretudo, mostraram
que o valor da Educação Pré-escolar não reside na “escolarização precoce”, mas
no desenvolvimento de competências (permitam-me estar fora de moda) que influenciarão não só a vida
escolar futura, como toda a vida pessoal e social presente e futura das crianças. Porém, também sabemos
que antes de iniciar o ensino formal as crianças aprendem muitas coisas que
estão enumeradas nos currículos da
etapa seguinte. Quase sempre aprendem sem ninguém lhes ensinar de forma
sistematizada, porque encontram no contexto onde vivem os ingredientes
necessários ao processo de aprendizagem.
Aos educadores cabe a tarefa de “ensinar” a
apropriar-se desses ingredientes, maximizar as capacidades das crianças e levá-las
a abrir-se ao mundo que as rodeia. Já aqui nem todas têm as mesmas facilidades
e a tarefa é tanto mais necessária quanto maiores forem as dificuldades. Cabe também aos
educadores o papel de criar contextos onde seja possível viver plenamente a
infância, num contexto social rico, colmatando as deficiências de uma sociedade
industrializada e mercantilizada que retirou à infância o tempo necessário de humanização.
Pelo exposto, não há nenhuma contradição entre a
ideia de aprender sobre leitura e escrita e a Educação Pré-escolar. As metas de
aprendizagem, nesta área de conteúdo disciplinar, organizam-se em domínios que têm tudo a ver com
aprender a ler e escrever, nomeadamente: consciência fonológica; reconhecimento
e escrita de palavras; e conhecimento de convenções gráficas.
Pode um educador ensinar a ler? A resposta é sim, desde que o faça sem
recorrer a métodos escolarizantes. Ou seja, se o educador estimular as crianças, considerando os domínios e metas de aprendizagem respetivos, corre o risco de
que alguma criança aprenda a ler, pelo simples facto de que essa criança retirou
do contexto toda a informação necessária para que isso acontecesse.
Ofélia Libório
Em relação ao post “Até onde deve o professor ensinar? E ao post “Pode um educador ensinar a ler?
ResponderEliminarColocaria da seguinte forma: qual o limite de um cientista para descobertas?!
Se concordamos, ao que investiga começa pela experiência.
Então, o quê justificaria padronizar a qualidade em limite do educador e do professor... creio que há educadores e professores com talento, com carisma, com ardor, com afeto, com disciplina, com estilo e com visão inteligente etc... prontamente com delicadas causas por discernir ou até da reserva; no entanto, suficientes para converter a energia do aprendiz em up grade, cujo diferencial seja qualidade ou não; contudo expressamente a erguer (tollere), acolher e conceder saberes eis a possibilidade do alcance. Pois além do dever esta a generosidade que compõe vigiar, assistir, zelar e investir com o propósito do bem querer. Esse é o educador e o professor do gosto em ter afinidade; a cumplicidade é feita para atender a compreensão de qualquer lição. Sabem porquê?! Por que é sinónimo de confiança, é cativar a distância, lema onde nada é comparável a íntima, particular ou pessoal questão que não seja em comum aos deveres e obrigações de quão precioso está para resgatar do compromisso em fazer-se amplo.
Deixo a reflexão ao conhecimento "do estímulo".
Em relação ao post “ Pode um educador ensinar a ler?” E ao post “ Até onde deve o professor ensinar?”
ResponderEliminarColocaria da seguinte forma: qual o limite de um cientista para descobertas?!
Então, o quê justificaria padronizar a qualidade em limite do educador e do professor... creio que há educadores e professores com talento, com carisma, com ardor, com afeto, com disciplina, com estilo e com visão inteligente etc... prontamente com delicadas causas por discernir ou até da reserva; no entanto, suficientes para converter a energia do aprendiz em up grade, cujo diferencial seja qualidade ou não; contudo expressamente a erguer (tollere), acolher e conceder saberes eis a possibilidade do alcance. Pois além do dever esta a generosidade que compõe vigiar, assistir, zelar e investir com o propósito do bem querer. Esse é o educador e o professor do gosto em ter afinidade; a cumplicidade é feita para atender a compreensão de qualquer lição. Sabem porquê?! Por que é sinónimo de confiança, é cativar a distância, lema onde nada é comparável a íntima, particular ou pessoal questão que não seja em comum aos deveres e obrigações de quão precioso está para resgatar do compromisso em fazer-se amplo.